segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Sobre pesos e medidas



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Antes mesmo de protagonizar o show de pancadaria numa vila do Belenzinho, a modelo plus size Desirée Oliveira já vinha provocando comentários e alguma desconfiança: afinal, modelos não deveriam ser cabides de roupa alimentados a base de meia folha de alface por dia?  
Para responder a tão crucial indagação, este blog propõe uma perguntinha básica: adorável leitor, você se acha suficientemente magro? Hum, hum. Caso você tenha respondido “sim”, siga o meu conselho: dê uma olhada atenta nas revistas de moda, comportamento, atitude e modernidades. Em seguida olhe-se no espelho e responda novamente: você está satisfeito com o seu corpo?  
Se você insiste em afirmar que não mudaria uma grama do seu ser, provavelmente respondeu isso por pirraça ou porque não passa de um nerd que não quer se enxergar! Os não-satisfeitos são maioria, de acordo com as pesquisas. Daí o aumento brutal de cirurgias plásticas entre adolescentes e dos casos de distúrbio alimentar (bulimia, anorexia, etc).  
Já faz um tempo que o pobre e miserento corpo dos consumidores viu-se às voltas com um dilema dilacerador: comer ou vestir-se? Entre sentir-se bem no vestuário ou as tentações das comidinhas industrializadas (que vão bem além do hambúrguer), eis um dos maiores dilemas dos civilizados.  
Os gordos (ai deles) que o digam, pois sabem o quanto é difícil arranjar roupas numa indústria de moda que opera com base em corpos padronizados em p, m e g! Então chegamos às modelos cujo corpão está acima do manequim 42: são as chamadas plus size, setor no qual brasileiras como Fluvia Lacerda também estão arrasando.  
Até os maiores estilistas se rendem às evidências: que o digam as plus size Tara Lynn, que foi capa da Elle francesa, e Beth Ditto, que desfilou recentemente para Jean-Paul Gaulthier. O site de moda Vogue Curvy divulga modelos (humanas) e modelos (vestidos) para bem além do 42… A maga Viviene Westwood aderiu ao GG e as blogueiras plus size estão cada vez mais presentes no universo virtual. Ahhhhh…. quem diria que finalmente dá pra ser fashion com um manequim 50?  
Que maravilha a moda finalmente assimilar a variedade física das mulheres (ao invés de milhões de mulheres terem que se martirizar afim de atingir um padrão irreal de corpo)! Porém que pena se o motivo da inclusão física for apenas uma questão de vendas: a indústria do vestuário tentando atingir a crescente parcela de obesos produzidos pela sociedade industrial.  
Em tempo: este blog vai navegar ao largo do tema boxing no Belenzinho. Para isso existem publicações especializadas, que em falta de coisa melhor sempre servirão para embalar peixe em feira. E viva Desirée Oliveira, a gata de formas redondas que deixa as mulheres com mais gosto de ter corpo de… mulher!
Com as saudações de
  Bella

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